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O massacre de Alto Alegre 73 como filhas. Conservai sempre entre vós a harmonia, a paz que é a paz do Senhor nosso Jesus Cristo, e quando a tribulação vier visitar-vos, recorrei a Jesus, e Ele vos será sempre fonte de conforto celestial. Trabalhai e tra- balhai para esta missão, para estas filhas dos selvagens, sede sempre mães bondosas e doces para elas. O bem e o mal, a verdade e o erro, estão perpe- tuamente em luta nesta miserável terra, e mesmo estas filhas dos selvagens, agora vossas filhas, são capazes de grandes virtudes e grandes vícios. Deus as criou para si. Fazei com que pertençam sempre a ele. Que missão mais nobre, mais consoladora, mais vantajosa podia o bom Jesus conceder-vos que a de cooperar com ele, com estes bons missionários, para a educação destas meninas, e torná-las santas? Não é este o único, o verdadeiro bem, que o Senhor pode dar a elas nesta vida, para que depois sejam felizes na vida futura? Se preciso for, imitai, imitai o exemplo de todos os santos que só por este objetivo foram mártires. Temperai o vosso coração para a fortaleza, a constância dos mártires. Se participardes com eles no martí- rio, participareis também na vitória e na glória. Sim, inspirai-vos nos seus exemplos. Tudo sofrei, tudo suportai para salvar almas, para lhes abrir as portas do Paraíso. Deus vos abençoe, minhas amadas filhas.” Foram palavras proféticas. Seguiram-se suspiros, soluços e prantos, de ambas as partes. A madre-geral abraçou mais uma vez as suas filhas, abençoou-as novamente, e deixou a Colônia de São José acompanhada pelos cristãos e selvagens. Ela era chamada a Mãe Grande . Era o dia 29 de setembro de 1899. Próximo ao porto do rio Mearim onde a madre-geral pensava embarcar para descer à Barra do Corda, havia uma aldeia de selvagens chamada Crebada, cujo cacique tinha o nome de Pedro. A madre-geral demonstrou o desejo de vê-la. Os selvagens da aldeia, que nada sabiam da visita, ao ver tanta gente se aproximando da aldeia, pensaram que fosse um ataque. Todos começaram a gritar e fugiram para a mata para se salvarem. Frei Salvatore, que estava na comitiva, disse à madre que, para evitar com- plicações, seria melhor irem diretamente ao porto. Assim se fez, e, entran- do já a madre na canoa, depois da sua partida todos voltaram à colônia em companhia do frei Salvatore. O cacique dos selvagens de Crebada, Pedro, estava persuadido que a sua aldeia tinha sido assaltada por frei Salvatore: ninguém conseguia tirar-lhe tal ideia da cabeça, pelo que em seu coração
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