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O massacre de Alto Alegre 35 vestindo os humildes trapos de São Francisco, se dedicaram com a maior abnegação à educação das filhas dos selvagens. É a morte de magnânimos missionários e de santas heroínas que, depois de terem vivido segregadas do mundo civil, depois de terem operado prodígios de energia e de zelo, depois de terem estabelecido escolas, erguido estabelecimentos agrícolas, beneficiado terras, depois de terem edi- ficado a todos com palavras e obras, depois de terem dado exemplos de abnegação e sacrifícios, no momento em que, contentes pelo êxito obtido, nutriam as mais puras esperanças, caíram vítimas às mãos daqueles mesmos a quem tanto haviam beneficiado, e ensoparam com o próprio sangue a mesma terra que haviam irrigado com tanto suor, e que fora testemunha de tantas virtudes. É a morte de almas eleitas que mereceram a palma e a coroa do martírio, visto que, a exemplo de São Paulo, Apóstolo dos Gentios, fizeram tudo para todos a fim de a todos ganharem para Jesus Cristo, e que de todos se fizeram servos para a todos converterem ao verdadeiro Deus. Meus caros irmãos e irmãs em São Francisco! Do Céu, onde reinais e onde já recebestes a vossa recompensa, concedei, a quem vos oferece este pequeno tributo, parte da vossa fé, do vosso zelo, para que, seguindo o vosso exemplo, esteja sempre pronto a abraçar o que preciso for pela dilatação do reino de Deus, pela defesa da santa Religião, pela salvação das almas, para um dia estar convosco a fazer parte da eterna glória. 2 2 Chamando de mártires a meus irmãos capuchinhos e irmãs terciárias barbaramente assassinados pelos selvagens em Alto Alegre, no dia 13 de março de 1901, não pre- tendo antecipar-me ao juízo da Santa Igreja, da qual me glorio de ser filho devotado, e ao juízo da qual submeto-me total e inteiramente.
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