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228 MANUEL PINTO Nao obstante estas limitac;oes no campo da evangelizac;ao, urna coisa é certa, os Capuchinhos Portugueses foram em Angola os homens do povo. O pavo sentia-se bem a sua volta e a eles acorriam nas horas da dificulda– de. Recordo os tempos conturbados após a Revolm;ao de Abril/74, quan– do os movimentos de libertac;ao sairam da clandestinidade e aquartelaram nas cidades: o panico apoderou-se do pavo e muitos tiveram que abando– nar as suas casas e procurar refúgio em sítios mais seguros. Nestes mo– mentos, as miss6es dos capuchinhos foram insistentemente procuradas por esta gente atemorizada, e lá sempre encontraram abrigo e pao partilhado. Um capuchinho portugués foi nomeado para hispo duma diocese an– golana, a diocese do Uije, foi D. Frei Francisco da Mata Mourisca. Este irmao capuchinho é conhecido como hispo dos pobres, aliás ele tuda fez para minimizar a sorte difícil das gentes vitimadas pela guerra, foi incan– sável na mohilizac;ao internacional de apoio aos angolanos. Esta proximidade do povo fez com que quando os Capuchinhos Portu– gueses assumiram o encargo duma paroquia na cintura industrial de Lis– boa, para onde acorrcram muitos retornados do Ultramar, os primeiros a prestar aí servic;o foram exactamente ex-missionários de Angola. Dos cer– ca de doze irmaos que prestaram servü;;o nesta paróquia de pobres, seis fo– ram missionários em Angola. Os Capuchinhos Portugueses, que oficialmente tém o nome de Provín– cia Portuguesa dos Padres Missionários Capuchinhos, nunca poderao ig– norar a vocac;ao missionária que esteve presente logo nos primórdios da sua presenc;a em Portugal, mas neste momento tamhém já recolheram a fü;:ao de que a missionac;ao exige urna acurada preparac;ao daqueles a quemé confiado este múnus. Nesta fase da história da Província, quando assistimos a estruturac;ao da Ordem em território angolano, onde muitos missionários a estruturac;ao da implantac;ao da Ordem em território ango– lano, onde muitos missionários trabalharam, e outros possa continuar a ser Angola, mas o estilo de trabalho terá que ser forc;osamente diferente, inte– grando-nos na Vice-Província sem estatuto próprio e continuando a pres– tar o nosso contributo na obra da inculturac;ao da fé num povo que alguns já conhecem. MANUEL PINTO

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