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A BíBLIA. BSCLARI~CE A A.NGúSTIA. HUMANA 255 fora. Procurava-Te fora, e com o meu deformado modo ele ser, irrompi no teu formoso mundo criado. Tu estavas wmigo e eu estava conTigo. Simples criaturas que sem Ti nem sequer existiriam, levaram-me para longe de Ti!» «Depois deixou-se ouvir a Tua voz convidando-me; quebraste o silêncio da minha alma surda; acendeu-se em mim a Tua luz brilhante, e dissipaste as trevas que em mim havia. A 'rua fragância desbordou; respirei-a, e ftgora ardo por Ti. Provei-Te, tenho fome e sede de Ti. :F'eriste-me, e eis que me acendi em desejos da Tua paz» l A raiz do mal: a perda da fé A raiz profunda e trágica de todos os males que tor– turam as consciências dos homens é a falta de fé. A an– gústia, o tédio, a desorientação e o desespero de tantos espíritos, são efeitos sangrantes da morte de Deus e de Cristo na alma. «A fé, diz S. Paulo, é a firme certeza do que esperamos, a conYicção do que não vemos». (Hebr. 11, 1). A razão e a fé dão-se as mãos para nos conduzir a Deus: A razão é a esquerda da alma; a fé, a direita. Não há catástrofe mais trágica do que a perda da fé em Deus, pois isso significa carência de fé na organi– zação racional do universo e, portanto, nalgum sentido da vida humana, ou implica a negação do destino trans– cendente da alma humana. Niezsche, filósofo nilista, demoníaco e blasfemo, sentiu aterradoramente no fim da sua vida a melancolia desesperada da sua árida existência: «Aonde poderei ir ainda com os meus desejos?· Desde o alto de todas as montanhas procuro a casa paterna. Mas não encontrei lar em nenhuma parte... Onde está o meu Lar? Per– guntou-o, procuro-o e procurei-o, mas jamais o encontrei. ó Eterno por qualquer lado! ó Eterno em nenhuma 1,artel ó Eterno .em vão!» Eis a desesperação horrível de um homem que pôs ã sua inteligência ao serviço da destruição, do sarcasmo
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