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212 A I\1ENSAGBM DA BíBLI A Quais as relações entre estes dois povos, nascidos prematuramente por obra e graça dos inconfessáveis ma– nejos de uma política oportunista e míope~ Uma só pala– vra resume as relacões entre o mundo árabe, aferrado às velhas tradieões ~ o mundo judeu, europeizado e pro– gressista: o údi~; ú'dio intenso e sempiterno. Os árabes esperam e preparam o dia da vingança; os judeus sabem bem o que deles pensam os seus inimigos : «Passarão dez anos, passarão cem anos, mil anos se que– n·is, mas a vingança será nossa». Todo o árabe leva den– tro de si este desejo. Palpita dentro dele a voz do sangue. Não podem perdoar àqueles que os expulsaram da sua terra e das suas casas. Um milhfio de prúfugos viYe na ,Jordânia, no Líbano e na Síria; a Jordânia está mate– rialmente coberta de tendas onde pululam milhares e mi– lhares de exilados, sem outros meios de subsistência que não seja a América do Norte e a Comissão Pontifícia. I 1 'oram (•xpulsos das suas casas, dos seus empregos e possessões. Em Jafa. por exemplo, situada numa planície f{>rtil cm produtos agríeolas, com estupendas plantações de laranjas e. bananas, viviam 40.000 árabes; hoje é uma eidacle eompletamente hebraiea. O mesmo se pode dizer de IIai:fa e da nova Jerusalém, onde os melhores hotéis e os mais luxuosos palácios esüwai:n, nas mãos dos árabes. }Uuitos ddc•s vivem agora de esmola em tendas de cam– panha ou em edifícios reserrndos aos peregrinos, que eles inn1dirarn, ou até nos conventos dos franciscanos, corno sucede em ,Jerusalém, onde os filhos de S. ]'rancisco vi– nm sob as mesmas telhas que os refugiados, separados apenas por um tabique pro-visúrio, que é a clausura. Não existem relações diplomáticas ou comerciais en– tre os dois Estados, e nenhum judeu pode atravessar a fronteira, nem vice-versa, a não ser os árabes cristãos para participar cín eertas solenidades religiosas. Entre as duas fronteiras há urna zona neutra desabitada. A única porta de aeesso de uma parte para a outra está em ,T erusalém. E1,ta divisão representa para os cônsules nm não pequeno problema. O espanhol, por exemplo, pos-